A “conversa Rasta” a forma ritual de se falar , praticada em diferentes graus no movimento , é especialmente proeminente entre os aderentes da Ordem Nyahbinghi. Considerando o movimento messiânico e também milenar Ras Tafari I encaixe-se na discriminação “anti sociedade” , “uma sociedade estabelecida dentro de outra sociedade” como uma alternativa consciente. É um modo de resistência ao mercado ainda “escravista” da moderna babilonia. A fala Ras Tafari como uma “anti-lingua não é somente paralela a sociedade , é de fato gerada por ela”. A anti-lingua cresce quando á realidade alternativa é uma realidade contrariada, estabelecida em oposição a realidade subjetiva , não meramente expressando isso, mais ativamente criando e mantendo essa outra forma de expressão, que nada mais é que uma ação coletiva.
“I and I” (Eu e Eu) é usado seja onde um pronome aparecer no discurso; substitui ‘você e eu’. O uso obliquo do pronome expressa a igualdade presumida entre os Rastas. “I and I” significa a identidade comum dos oradores como filhos de Haile Selassie I. Os nomes proferidos pelos Rastas exemplificam a associação do homem e Deus. A enunciação de “I”(eu) quando pronunciado “Jah Ras Tafari I” ou “Haile I SelassieI” conecta a intenção pessoal com a vibração divina.
“Quem é você ? não há nenhum você. Há somente Eu, Eu e Eu. Eu é você, Eu é Deus, Deus é Eu. Deus é você mas não há nenhum você, porque você é Eu, então Eu e Eu é Deus. Nós somos todos cada um e um com Deus porque é a mesma energia de Vida que flui em todos nós”.
Alem disso, a linguagem (I – ance, parlance) Ras Tafari I envolve o remodelamento e ocultamento de itens lexicais para encontrar sua necessidade. Uma técnica comum é conotar um símbolo, incrementado o significado da palavra; por exemplo, transformando “opressores” em “depressores”(opressers= downpressers), “políticos” em “politruques” (politics = politricks), “entendimento” em “sobreentendimento” (understand = verstand).
O uso de algumas palavras pelos Rastas que viviam nas colinas da Jamaica davam significado à visão que eles tinham dos urbanos; por exemplo “city” (cidade) = “shity”(merda) ou também para designar o modelo social – “system” (sistema) = “shitstem” (sistema de merda), “situation” (situação) = “shituation” (situação de merda). Quando a falta de cultura, no cunho educacional – “education”(educação)= “head-decay-shun” (cabeça- decadente- afastada) e principalmente a valorização de personagens europeus históricos, ligados à igreja católica e que faziam comercio de escravos negros – “Christopher Colombus” (Cristovão Colombo)- “Christ-Come – To- Rob – Us”(Cristo veio nos roubar) fez com que milhares de palavras viessem a surgir no vocabulário denominado de Patois.
Este vasto vocabulário tem a intenção de definir o mundo no qual o Rasta vive, tanto o sistema econômico, religioso e politico como também a aspiração espiritual. Todas as palavras que tem pronome “I” referem-se exclusivamente aos valores ou rituais que os Rastas davam importância ; por exemplo:
“I-shence” = “icense (incenso),(maconha) “I-ses” = “praises”(orações) , “I- ration” = “Creation” (criação), “Ithiopia” = “Ethiopia” (Etiópia) . “I-wah” = “power”(poder) “I-tes”= “thoughts” (pensamentos).
A compreensão da redenção africana é similarmente conotada pelo conceito de “Eu” . “For I” ou “Far Eye” (Para Eu ou Olho que Enxerga Longe) usados em Rastafari I são termos para denominar a visão mística. A experiência visionaria é interna, parte pelo processo de conversação, e ultimamente pela noção visionaria que rendenção é igual a repatriação ; a visão da Africa concorda com a expectativa da salvação.
The Wailers
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